"Mais um domingo no vale das lágrimas": um ensaio de análise fílmica (Luz de inverno, Ingmar Bergman, 1962)

Este artigo reconhece que a linguagem do cinema é apropriada para a expressão da religião, bem como para fundamentar discussões a respeito dela. De modo geral, quanto à religião, apresentamos uma reflexão sobre o silêncio de Deus em contextos nos quais a morte gera angústia no ser humano. No cinema,...

Full description

Saved in:  
Bibliographic Details
Main Author: Melo, Aurélio Fabrício Torres de (Author)
Contributors: Campos, Breno Martins
Format: Electronic Article
Language:Portuguese
Check availability: HBZ Gateway
Journals Online & Print:
Invalid server response. (JOP server down?)
Interlibrary Loan:Interlibrary Loan for the Fachinformationsdienste (Specialized Information Services in Germany)
Published: 2021
In: Estudos de religião
Year: 2021, Volume: 35, Issue: 2, Pages: 139-160
Further subjects:B Morte
B Linguagem
B Religião
B Ingmar Bergman
B Cinema
Online Access: Volltext (kostenfrei)
Volltext (kostenfrei)
Description
Summary:Este artigo reconhece que a linguagem do cinema é apropriada para a expressão da religião, bem como para fundamentar discussões a respeito dela. De modo geral, quanto à religião, apresentamos uma reflexão sobre o silêncio de Deus em contextos nos quais a morte gera angústia no ser humano. No cinema, de modo particular, escolhemos o filme Luz de inverno como nosso objeto de estudo. Na primeira subseção, oferecemos uma breve descrição conceitual e cronológica da morte no Ocidente, e uma brevíssima história do cinema (com a intenção de inserir Luz de inverno numa cena mais ampla); na segunda, fazemos uma análise fílmica, com o propósito de entender o que a narrativa tem a dizer. Como resultado, deparamo-nos com um roteiro em que todas as personagens experimentam um momento de angústia existencial profunda, uma crise de fé em face do silêncio de Deus, de modo que a vida se compara a um vale de morte e lágrimas. O surpreendente - eis nossa hipótese - é que o silêncio de Deus é quebrado não no púlpito nem no altar, mas, antes, a voz divina se faz ecoar dentro da sacristia.
ISSN:2176-1078
Contains:Enthalten in: Estudos de religião
Persistent identifiers:DOI: 10.15603/2176-1078/er.v35n2p139-160