Um franco atirador numa guerra de cem anos: o padre Pedro Borges e a questão das paróquias na Goa da Contra-Reforma
Embora em Goa tenha sido criado em 1541 um seminário para formar clero nativo, os sacerdotes diocesanos eram aí ainda escassos no terceiro quartel de Quinhentos. Isso levou el-rei D. Sebastião a pedir ao papa um indulto, autorizando que fossem confiadas paróquias ao clero regular, que nessa época co...
| Auteur principal: | |
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| Type de support: | Électronique Article |
| Langue: | Portugais |
| Vérifier la disponibilité: | HBZ Gateway |
| Interlibrary Loan: | Interlibrary Loan for the Fachinformationsdienste (Specialized Information Services in Germany) |
| Publié: |
[2018]
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| Dans: |
Lusitania sacra
Année: 2018, Volume: 38, Pages: 79-154 |
| Classifications IxTheo: | KAH Époque moderne KBM Asie KDB Église catholique romaine RB Ministère ecclésiastique |
| Sujets non-standardisés: | B
clero local
B Goa B língua concanim B jurisdição sobre as paróquias |
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| Résumé: | Embora em Goa tenha sido criado em 1541 um seminário para formar clero nativo, os sacerdotes diocesanos eram aí ainda escassos no terceiro quartel de Quinhentos. Isso levou el-rei D. Sebastião a pedir ao papa um indulto, autorizando que fossem confiadas paróquias ao clero regular, que nessa época começava a afluir do Reino em grande número. Isso criou uma situação de conflito com os arcebispos que, logicamente, preferiam o clero secular nativo, que deles dependia diretamente, aos regulares que tinham os seus próprios superiores e superiores-gerais em Roma, onde moviam influências para obter privilégios que os eximiam parcialmente da jurisdição dos arcebispos. Para mais, a despeito das determinações dos sucessivos concílios provinciais de Goa, os religiosos, quase todos reinóis, raramente falavam a língua local, o concanim, pelo que chegavam a extremos como ouvir confissões por meio de intérprete. Os arcebispos tentaram a partir da última década de Quinhentos retomar o controlo sobre as paróquias, mas devido às manobras dos religiosos e às suas maquinações quer junto da Coroa quer junto do papado, só em 1767, após 172 anos de luta surda, o lograram inteiramente. Foi no contexto desta luta que em 1657 um padre goês de origem bramânica, o Pe. Pedro Borges, antigo notário da Inquisição e cura da paróquia suburbana de Santa Luzia, se dirigiu secretamente a Roma pela via do Próximo Oriente, a fim de expor diretamente o assunto ao Papa. Não obteve plena satisfação, pois as mais das paróquias continuaram confiadas aos religiosos, mas obteve pelo menos um breve pelo qual o pontífice proibia os maus tratos aos cristãos nativos e outros excessos dos religiosos. Publica-se em apêndice o discurso que pronunciou na presença de Alexandre VII, bem assim como o breve papal e o decreto, no mesmo sentido, da Sagrada Congregação De Propaganda Fide. |
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| Description matérielle: | Illustrationen |
| ISSN: | 2182-8822 |
| Contient: | Enthalten in: Lusitania sacra
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| Persistent identifiers: | DOI: 10.34632/lusitaniasacra.2018.9608 |