DOSSIÊ “OS DESAFIOS DA CONTEMPORANEIDADE AO CRISTIANISMO”: INTRODUÇÃO
O mundo sempre se moveu, sempre revelou uma dinâmica histórica, mas em cada época os seres humanos testemunharam a percepção de que, nesse dado momento, a Terra pareceu girar mais rapidamente. Pelo menos desde os Gregos que dispomos de informação documental de tal sensação, em particular no tocante...
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Format: | Electronic Article |
Language: | Portuguese |
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Published: |
Ediçoes Universitárias Lusófonas
[2017]
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In: |
Revista lusófona de ciência das religiões
Year: 2017, Volume: 20, Issue: 1, Pages: 353-357 |
Online Access: |
Volltext (Verlag) |
Summary: | O mundo sempre se moveu, sempre revelou uma dinâmica histórica, mas em cada época os seres humanos testemunharam a percepção de que, nesse dado momento, a Terra pareceu girar mais rapidamente. Pelo menos desde os Gregos que dispomos de informação documental de tal sensação, em particular no tocante ao sentimento duma acentuada degradação geracional de costumes.Se o século passado é exemplo eloquente da ideia de um tempo vivido de modo acelerado e vertiginoso, tendo em conta que deflagraram duas devastadoras guerras mundiais, e que no espaço de cem anos se inventou o telefone, o avião, a bomba atómica, o computador e a internet, já a actualidade vai em sentido idêntico e ainda mais pronunciado.A religião cristã, porém, tende a ser estática, mercê do lastro dos seus dois mil anos de história. As igrejas, confissões e grupos identificados com o cristianismo criaram bases de fé, concílios, sínodos e credos, que garantissem estabilidade teológica, doutrinária e dogmática, mas que também cristalizassem de algum modo a liturgia e a praxis da fé. É sabido que em religião as tradições contam mais do que as inovações, talvez porque a patine religiosa supõe e sugere estatuto, seriedade e confiabilidade. Talvez por isso a criatividade e a imaginação não sejam particularmente bem vistas em teologia. Todavia isso não evitou o cisma do Oriente, há mil anos, que dividiu a Europa entre Ocidente e Oriente, nem a Reforma protestante, que voltou a dividi-la quinhentos anos depois, desta feita entre o Norte e o Sul. (...) |
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Contains: | Enthalten in: Revista lusófona de ciência das religiões
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