Crise mimética e vítima sacrificial. Contribuição de René Girard para as teorias da religião

A relação entre religião e violência, apesar de há muito discutida, tende a se reificar em duas posições extremas. De um lado, compreende-se que a religião, não obstante algumas atitudes violentas, tem como núcleo central um discurso e uma prática de paz. No outro extremo, há a associação muita rápi...

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Main Author: Pieper, Frederico (Author)
Format: Electronic Article
Language:Portuguese
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Published: Escola [2019]
In: Estudos teológicos
Year: 2019, Volume: 59, Issue: 1, Pages: 14-30
IxTheo Classification:AB Philosophy of religion; criticism of religion; atheism
NBE Anthropology
NCA Ethics
TK Recent history
VA Philosophy
Further subjects:B Religião
B R. Girard
B Sacrifício
B Violência
Online Access: Volltext (doi)
Volltext (kostenfrei)
Description
Summary:A relação entre religião e violência, apesar de há muito discutida, tende a se reificar em duas posições extremas. De um lado, compreende-se que a religião, não obstante algumas atitudes violentas, tem como núcleo central um discurso e uma prática de paz. No outro extremo, há a associação muita rápida entre religião e violência, como se os termos fossem sinônimos. Tendo em vista a complexificação desse quadro, o presente artigo busca explorar as contribuições de René Girard, mostrando como ele se situa para além dessa polaridade, ao reconfigurar o lugar da violência no interior da religião. Para ele, de um lado, a violência é a alma e o coração da religião. Por outro lado, a religião visa à paz. Para entender essa aparente ambiguidade, o artigo explora as noções de desejo mimético e de vítima sacrificial. O artigo aponta como em Girard o desejo mimético conduz à exacerbação da violência e ao conflito. Para solucionar essa violência maior, recorrese à vítima sacrificial, cuja função é recriar, sob outras bases, a coesão social. Portanto a violência intrínseca à religião serve como meio para reestabelecer o convívio social. Com isso, o artigo procura indicar em que medida Girard assume a violência intrínseca à religião, ao mesmo tempo em que indica como ela pode conduzir à paz. Ao articular dessa maneira violência e paz, percebe-se como ele foge a posturas que negam uma ou outra face da religião, mas busca articular ambas.
ISSN:2237-6461
Contains:Enthalten in: Estudos teológicos
Persistent identifiers:DOI: 10.22351/et.v59i1.3577