Uma teologia da recepção?: os censores (em desacordo) contra a superstição, Portugal 1770-1771

O trabalho do censor sempre lidou com o poder das palavras, sob múltiplas fisionomias. Mas só raramente teve de se deter diante dos poderes “físicos” (ou “mágicos”, como talvez lhes chamaríamos hoje) das palavras. Poderão as palavras escritas ou faladas deter efeitos sobre fenómenos físicos tais com...

Full description

Saved in:  
Bibliographic Details
Main Author: Tavares, Rui (Author)
Format: Electronic Article
Language:Portuguese
Check availability: HBZ Gateway
Journals Online & Print:
Drawer...
Fernleihe:Fernleihe für die Fachinformationsdienste
Published: Centro de Estudos de História Religiosa 2003
In: Lusitania sacra
Year: 2003, Volume: 15, Pages: 211-238
Online Access: Volltext (kostenfrei)
Volltext (kostenfrei)

MARC

LEADER 00000naa a22000002 4500
001 180419218X
003 DE-627
005 20220524052758.0
007 cr uuu---uuuuu
008 220524s2003 xx |||||o 00| ||por c
024 7 |a 10.34632/lusitaniasacra.2003.7131  |2 doi 
035 |a (DE-627)180419218X 
035 |a (DE-599)KXP180419218X 
040 |a DE-627  |b ger  |c DE-627  |e rda 
041 |a por 
084 |a 1  |2 ssgn 
100 1 |a Tavares, Rui  |e VerfasserIn  |4 aut 
245 1 0 |a Uma teologia da recepção?: os censores (em desacordo) contra a superstição, Portugal 1770-1771 
264 1 |c 2003 
336 |a Text  |b txt  |2 rdacontent 
337 |a Computermedien  |b c  |2 rdamedia 
338 |a Online-Ressource  |b cr  |2 rdacarrier 
520 |a O trabalho do censor sempre lidou com o poder das palavras, sob múltiplas fisionomias. Mas só raramente teve de se deter diante dos poderes “físicos” (ou “mágicos”, como talvez lhes chamaríamos hoje) das palavras. Poderão as palavras escritas ou faladas deter efeitos sobre fenómenos físicos tais como terremotos, fogos e tempestades? Alguns livrinhos impressos, que era hábito usar como amuletos, defendiam que era de facto possível. Luís de Monte Carmelo, deputado da Real Mesa Censória, defendia que tudo isto era impossível. Havia contudo outros censores que discordavam de Monte Carmelo, buscando uma terceira via que pudesse reconciliar estas diferenças. Argumentavam que as palavras possuem efectivamente poderes físicos, se bem que de uma natureza indirecta. É esta polémica entre censores que o artigo analisa, recuperando algumas das questões implícitas que ela nos coloca sobre a natureza da censura: quais são os limites do trabalho do censor? Podem julgar-se os livros apenas a partir dos seus conteúdos, independentemente dos usos que se lhes dá? Será que um livro continua a ser um livro, mesmo quando não é lido? E, finalmente: como se pode deter poder sobre os poderes das palavras? 
520 |a The censor's work has always been about the power of words, under its many guises. But in this controversy inside the Portuguese Royal Censorship Board (Real Mesa Censória, founded in 1768 by the government of the Marquis of Pombal), its censors discuss the “physical” (or magical, as we would call it) powers of words. Can words, printed or uttered, have effects upon physical phenomena such as earthquakes, fires and tempests? Some books, manufactured to be used as amulets, say that this is possible. The censor Luis do Monte Carmelo says they can not. Written words are mere “ink delineated, and printed on paper”. In consequence, “words lack the physical virtue or natural activity to produce the effects promised by those books”. Other censors, however, disagree with him, seeking a “third way” solution: words do have physical power upon phenomena, although indirect. This polemic will be described in a detailed way, trying to unearth some of the questions about censorship it implicitly conveys: when shall the work of the censor stop? Can one judge the content of a book on its own, regardless of its uses? Is a book still a book when it is not read? How can one have power upon the powers of the word? 
601 |a Portugal 
773 0 8 |i Enthalten in  |t Lusitania sacra  |d Lisboa : Centro de Estudos de História Religiosa, 2006  |g 15(2003), Seite 211-238  |h Online-Ressource  |w (DE-627)1027023142  |w (DE-600)2936212-X  |w (DE-576)507677692  |x 2182-8822  |7 nnns 
773 1 8 |g volume:15  |g year:2003  |g pages:211-238 
856 4 0 |u https://doi.org/10.34632/lusitaniasacra.2003.7131  |x Resolving-System  |z kostenfrei  |3 Volltext 
856 4 0 |u https://revistas.ucp.pt/index.php/lusitaniasacra/article/view/7131  |x Verlag  |z kostenfrei  |3 Volltext 
935 |a mteo 
951 |a AR 
ELC |a 1 
ITA |a 1  |t 1 
LOK |0 000 xxxxxcx a22 zn 4500 
LOK |0 001 4139153547 
LOK |0 003 DE-627 
LOK |0 004 180419218X 
LOK |0 005 20220524052758 
LOK |0 008 220524||||||||||||||||ger||||||| 
LOK |0 035   |a (DE-Tue135)IxTheo#2022-05-09#ABE8F470D7B5794F20165DC5BBC2CEF34ABC90D9 
LOK |0 040   |a DE-Tue135  |c DE-627  |d DE-Tue135 
LOK |0 092   |o n 
LOK |0 852   |a DE-Tue135 
LOK |0 852 1  |9 00 
LOK |0 935   |a ixzs  |a ixrk  |a zota 
OAS |a 1 
ORI |a SA-MARC-ixtheoa001.raw